O
lar é o lugar e o ambiente adequado para uma vida agradável. Nele estamos em
companhia das pessoas com as quais nos sentimos acolhidos, admirados, em conforto,
em estado de prazer.
O espaço familiar, e em especial, o
conjugal, deveriam, em princípio, ser lugar de repouso emocional, de alegria e
de bem estar. É para isso que casamos. Esse é o nosso grande anseio. Na
prática, acontece o contrário. O relacionamento entre marido e mulher tem se
pautado por disputas constantes, críticas sem fim, intolerâncias, produção
exaustiva de medos e culpas e, por conseqüência, vontade de se livrar da dor
relacional.
Afora casos extremos em que o
sofrimento chega ao nível físico, através de agressões e violências corporais,
a maior de todas as dores é a emocional. Hoje se sabe, com mais clareza do que
antigamente, que as emoções representam uma parte importante na nossa vida e é
através delas que nos sentimos felizes ou infelizes. Se de um lado as relações
profissionais são baseadas principalmente no campo objetivo, em ganhar
dinheiro, transformar a natureza em produto, produzir bens e serviços, de outra
forma as relações afetivas são estruturadas, em primeiro plano, na vivência
emocional.
Se no encontro e convivência de duas
pessoas os sentimentos mais presentes são alegria, amor, entusiasmo, paz e
esperança, dizemos que essa relação é boa, fecunda e feliz. Se por outro lado a
relação é baseada em medos, ansiedades, culpas, mágoas, ressentimentos ou
outros sentimentos negativos, dizemos que essa relação é ruim e destrutiva.
Há basicamente duas formas de
lidarmos com o nosso processo de viver. Ou agimos ou reagimos. A ação supõe
liberdade, escolha e desenvolvimento de atividades que nos levam a um objetivo.
A reação é a posição de nos opormos a alguém. O adolescente que faz tudo para
contrariar o desejo dos pais está funcionando por desafio, por provocação, por
rebeldia. Por incrível que pareça, ele continua escravo e submisso ao pai. Em
outras palavras, quem finca o pé, está fazendo o jogo do outro. Não é dirigido
pelo próprio desejo, mas apenas para contrariar o outro que continua muito
importante para ele.