Friday, May 22, 2015

BRINCAR DE VIVER: ESTÍMULO PARA O CRESCIMENTO


“Brincar com as mãos e com os pés. Mais tarde, com os objetivos externos ao próprio corpo. Jogar a bolinha correr e pegá-la com as mãos. Depois, descobrir que os pés também participam desse jogo. Estas são experiências fantásticas, apenas o começo de vivências que se seguirão por toda a vida de uma pessoa”. A afirmativa contundente é da psicóloga Fernanda Carvalho de Faria Mendes, da equipe do CEPPA.

A palavra “lúdico” refere-se a jogos, brincadeiras e outros divertimentos. Portando, pode-se perceber que o lúdico está colocado na infância desde seu início, contribuindo para o desenvolvimento emocional daquela “pessoazinha” que começou a descobrir a si mesma e ao mundo à sua volta.

Segundo a psicóloga, quando a criança brinca, suas emoções, sentimentos e percepções bem como seus comportamentos se movimentam sem parar. Isso faz com que ela estreite ainda mais sua reação com o mundo, estabelecendo vínculos que ajudarão no seu crescimento emocional. “É quando a relação com a outra criança ou com adulto começa a se estabelecer”, afirma.



A EMOÇÃO DO FUTEBOL



Um exemplo disso, é o jogo de futebol. Esse esporte, que estimula os aspectos psicomotores, faz com que a criança, segundo disse, ao correr de um lado para o outro, aprenda a distinguir sua posição dentro do campo; sem contar que ao dar um chute na bola ela desenvolve um senso de equilíbrio e direção, num tempo limitado.

Além do mais, a pelada estimula o seu desenvolvimento intelectual. “É quando a criança percebe que marcou um gol e não dois. Ela descobre ainda que para conseguir o ponto tão desejado precisa armar uma jogada de ataque, utilizando o raciocínio e a atenção. A criança sabe também que quando a bola está nos pés do adversário tem de se posicionar para defender a sua equipe”, diz Fernanda.

Outro ponto importante do futebol, de acordo com a psicóloga, é que a brincadeira propicia ainda condições da criança interagir socialmente com outras, e é a partir daí que o “espírito de equipe” se aflora, despertando a necessidade de cooperação e entrosamento na relação.

Os aspectos emocionais evidenciam-se claramente nesse jogo.

“A criança tem a chance de fazer escolhas, tendo preferências pessoais, considerando alguns amigos e outros não. Ela convive com as regras e com os limites. Lida com os ganhos e com as perdas, com os sentimentos de vitória, satisfação e prazer, mas também aprende com a tristeza, medo, raiva e dor. Sensações estas que são boas e ruins, inerentes a todos os seres humanos. “A pelada é apenas um exemplo. Ela acaba, mas os jogos da vida continuam”, afirma.



NA HORA CERTA



Entretanto, Fernanda Mendes ressalta a importância de se ficar atento, já que para cada fase da vida existe um jogo diferente e ele deve acontecer no seu devido tempo.

Para ela, não jogar na hora certa pode ser um sinal de alerta com relação ao desenvolvimento intelectual, emocional ou social da criança. Assim como, antecipar o contato com determinados jogos pode forçar a criança a realizar uma atividade para qual ela ainda não se encontra preparada.

Fernanda lembra também que “enquanto o adulto possui a fala como recurso principal de expressão a criança lança mão das brincadeiras para se expressar, ainda que simbolicamente, seus medos, angústias e problemas internos”. Quando manifesta seus conflitos na atividade lúdica, segundo afirma, a criança tem a oportunidade de reconstruir sua história, munindo-se da fantasia que o brincar proporciona.

Finalizando, Fernanda Mendes diz: “Podemos fazer da educação de nossas crianças um grande divertimento. Orientar sem perder a alegria. Podemos arriscar jogadas novas a cada experiência do dia a dia. Podemos estimular o crescimento. Como? Brincando. E por que não? Ludicando!”